Existe um aumento na incidência de obesidade e diabetes mellitus em cães nos últimos 40 anos, fatores genéticos, inflamatórios, hormonais e imunológicos podem estar associados ao surgimento da doença, também como as condições de vida moderna que resulta em sobrepeso, redução de atividade física e estresse psicológico.

O QUE É O DIABETES MELLITUS

É uma doença crônica sistêmica decorrente da deficiência relativa ou absoluta de insulina (Hormônio hipoglicemiante produzido por células presentes no pâncreas), que resulta em hiperglicemia e uma serie de sintomas progressivos, que, caso não controlados, podem evoluir para o óbito.

FISIOPATOGENIA DA DOENÇA

Uma vez estabelecida a deficiência absoluta ou relativa da liberação de insulina, ocorre uma queda na quantidade de glicose utilizada pelos tecidos. O fígado então acelera processos que resultam em excesso de glicose no sangue.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS

Os sinais clínicos mais comuns são:
– poliúria (aumento na frequência urinaria) que ocorre devido a glicosúria (eliminação de glicose na urina) que impede a absorção de agua nos rins, resultando em DESIDRATAÇÃO.
– polidipsia (aumento da ingestão de água) para compensar a perda e evitar desidratação
– polifagia (aumento da ingestão de alimentos, devido ao centro de saciedade ser regulado pela insulina)
– perda de peso (mesmo com o aumento na ingestão de alimentos) esse fato ocorre devido a hiperinsulinemia que leva o organismo a reagir como se estivesse em situação de jejum prolongado, utilizando a degradação de lipídeos do tecido adiposo (gordura) para servir como fonte de energia.
DIAGNÓSTICO
O diagnostico requer uma avaliação criteriosa do sinais clínicos associado à verificação de hiperglicemia persistente após jejum de no mínimo 8 horas, assim como exames complementares para descartar outras patologias de sintomas similares, ou detectar possíveis doenças concomitantes ou fatores predisponentes ao desenvolvimento da diabetes. Hemograma completo, Bioquímica sérica, urinálise com cultura bacteriana, ultrassonografia e concentração de Frutosamina que oferece um indicador confiável da glicemia nas ultimas 2 a 3 semanas.

TRATAMENTO

A meta do tratamento para DM é a eliminação dos sintomas secundários a hiperglicemia, bem como recuperação do estilo de vida normal do animal. No cão diabético isso pode ser obtido através do uso de terapia insulínica apropriada, dieta, exercícios e controle de distúrbios infecciosos, inflamatórios, neoplásicos e hormonais concomitantes.

REFERÊNCIA

JERICO, M. Marques; ANDRADE, J.Pedro; KOGIKA, M. Mery. Tratado de medicina interna de cães e gatos: Vol.2. 1. Ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017.

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